Capítulo 1 – Espelhos
d’água
P.O.V
Katherine
Acordo com o sol tocando meu rosto.
Olho ao redor e vejo meu familiar quarto.
Respiro fundo e repito em minha mente “foi apenas um sonho”.Quando finalmente
me acalmo me levanto devagar e vou em direção ao banheiro.
Ele é amplo como todos os cômodos o palácio.
Vou direto no chuveiro e deixo a água gelada me cobrir enquanto eu aproveito a
sensação de poder que me invade.
Depois de alguns minutos eu desligo o
chuveiro, me enrolo na toalha e sigo em direção ao meu closet, do outro lado do
quarto. Visto um vestido branco de renda, não muito longo, pois ainda é dia, em
seguida pego um salto preto e agarro minha escova, arrumando meus cabelos
rapidamente e colocando a coroa em seguida. Coloco meu colar da nação da água e estou pronta.
Saio do closet e vou ate minha mesa, onde
pego o sino e o toco. Vou em direção a minha cama e me sento na mesma, enquanto
espero minha criada chegar. Em poucos minutos ela chega com a bandeja de
café-da-manhã e a coloca em meu colo. Tomo o café rapidamente, com pressa por causa
do horário apertado. Após terminá-la, respiro fundo e me levanto finalmente
pronta para o dia que me aguarda.
Saio do meu quarto e sigo o corredor até as
escadas. Desço elas calmamente, com a cabeça erguida e a postura ereta, pois
sei que, como sempre, têm pessoas me observando. Quando chego no último degrau
vejo toda a corte me observando. Todos eles se curvam, e eu retribuo o
comprimento.
- Bom dia, alteza. – falam todos.
- Bom dia – respondo controlando a voz,
tentando deixá-la em um tom neutro em quanto ao mesmo tempo deixo meu rosto
sereno.
Procuro com os olhos meu pai e não o encontro, estranhando o fato. A
reunião do conselho seria em poucos minutos e sua presença era obrigatória.
- Onde posso encontrar meu pai?
- Ele esta na sala dos espelhos, senhorita.
– responde uma familiar voz feminina.
- Obrigada Margareth. – falo – Se me dão
licença...
Todos se curvam e abrem caminho enquanto eu
cruzo o salão, meu salto fazendo barulho ao tocar no piso de gelo. Ando
graciosamente, mantendo a postura e me lembrando das palavras e minha mãe: “Não importa como se sinta, sempre permaneça
forte Katherine. Sempre.”
A sala em que eu entro em seguida e a sala
de reuniões. Ela é circular e tem várias portas espelhadas pelas paredes
brancas. No centro da sala, tem uma grande mesa redonda e um enorme lustre no
teto. Olho para a mesa onde o conselho se reúne sabendo que logo, eu terei um
lugar nela. Finalmente chego às portas douradas no outro lado da sala. Abro-as
e sigo o corredor que se estende diante de mim. Por fim, chego às grandes
portas de cristal no final do corredor. Me aproximo delas e sussurro “abre” em
uma língua morta do mundo mundano, conhecida como latim. As portas de cristal
se abrem e vejo que na minha frente se estende um longo corredor escuro, no
qual entro. Sigo o caminho silenciosamente, até, após poucos minutos, encontrar
mais uma porta, desta vez de vidro. Deslizo as portas e entro no grande salão
dos espelhos. Ele é enorme e, como o nome sugere coberto de espelhos, do chão
ao teto. Esses espelhos não são comuns, são... Diferentes. Encantados, na
verdade. Algumas vezes mostra o futuro, outras o passado. Em algumas partes mostram
inimigos e em outras, aliados. Alertam o
perigo. No centro da sala há um pedaço do espelho que mostra os perigos
eminentes. A explicação para isso acontecer esta em uma lenda.
A lenda diz que antigamente essa sala era um
lago mágico, que, se alguém bebesse de suas águas a pessoa se tornaria a pessoa
mais sábia de seu mundo. Quando o inverno começou e o lago congelou, se tornou
um espelho. O rei da época construiu uma sala ao seu redor, em homenagem ao que
um dia fora o lago encantado. Como um agradecimento, os poderes do lago
encantaram todos os espelhos ao seu redor e desde esse dia a sala é conhecida
pelo nome de Espelhos d’água.
Não que eu acredite nessas bobagens. Não sou
uma crédula.
Vejo meu pai ajoelhado no centro da sala e
por isso caminho até ele. Ele vê algo no espelho, mas não consigo distinguir o
que.
- Majestade? – falo suavemente.
O rei se vira, assustado. Seu rosto relaxa
ao perceber que sou eu quem está ali, mas logo fica sério. Ele parece meio
tenso e isso me preocupa.
- Olá, Katherine e bom dia. –fala ele – O
que a traz aqui?
- Bom dia, senhor. Eu vim alertá-lo de que o
conselho o espera para a reunião de hoje. – respondo prontamente.
-Obrigada por me lembrar, filha. – diz ele
se levantando e saindo da sala, enquanto eu o sigo de perto. Nós voltamos pelo
mesmo caminho em que eu usei para chegar até lá, e paramos na sala do conselho.
Meu pai se senta em sua cadeira e eu me
posto ao seu lado repassando em minha mente o que o conselho discutiria. O rei
me indica meu lugar na mesa e eu me sento, o encarando com nervosismo. Essa
seria minha primeira reunião do conselho, e por isso estou um pouco nervosa. As
decisões mais importantes seriam tomadas hoje, e era meu dever ajudar a
tomá-las, ou o menos, seria um dia. Mas nessa reunião meu dever seria ouvir e
tentar acompanhar tudo.
Simples assim.
- Para iniciar a reunião – fala meu pai,
elevando a voz – preciso que alguém leia os assuntos que nós iremos discutir
essa manhã.
- O primeiro assunto a ser discutido é a
necessidade de fortalecer as alianças com a nação do fogo. – fala Margareth imediatamente.
- O que eles propuseram? – pergunta o Rei.
O silêncio reina. Olho pelo canto do olho
para Margareth, e ela engole em seco. Todos os outros parecem nervosos demais
para falar, parecem com medo.
O que quer dizer que coisa boa não pode ser.
- Eles... Propuseram um casamento, senhor.
Do príncipe Luke com Katherine, como prova de que confia até mesmo sua filha à
eles. Em troca... As alianças serão restabelecidas e a paz entre as duas nações
reinará.
Eu congelo na mesma hora em que ouço a
palavra casamento. O rei do fogo propôs um casamento arranjado. Foi isso que eu
ouvi.
- Sem chance. – solto as palavras antes de
pensar, apesar de saber que é verdade. Nunca me venderia dessa forma.
Nunca.
- Nós aceitamos. – corta meu pai, com um
semblante sério.
Me levanto da mesa em um salto e, antes que
alguém possa me conter, saio correndo pela sala. Empurro as portas e sigo o
longo corredor enquanto lágrimas teimosas escorrem pelo meu rosto. Abro as
portas de cristal e sigo até os grandes espelhos.
Quando chego lá me jogo no
chão e começo a chorar como não choro em anos. As grossas lágrimas escorrem
pelo meu rosto e os sons de meus soluços preenchem o recinto. Quando finalmente
consigo me controlar, olho para baixo. O espelho em meu mostra rosto sombrio
que invadiu meus sonhos, com os mesmos olhos frios, cabelos escuros e sorriso
cruel. O homem sem nome que me aterrorizou a ponto de me deixar acordada metade
da noite.
Sem conseguir me conter, solto um grito que
toda a Nação da Água deve ter escutado. Um grito alto e agudo, de mais puro
terror.
Oi pessoas! O que estão achando da fic? Espero que esteja ficando boa! Eu vou fazer um capítulo de narração para cada uma das quatro, okay? Os quatro primeiros capítulos são apenas apenas uma apresentação, depois que a história realmente começa :) Se tiverem sugestões, críticas e etc, deixem nos comentários, eu prometo responder e ser o mais legal possível :p
Kisses, - B.
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